2 de novembro de 2011

Uma Avó de Lourosa - Lourosa comemora Jubileu

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Enquanto, não surgem novas notícias, para alimentar este blogue, aqui vai uma pequena história, passada na minha infância. Lembrada por este tempo cinzento. Mas vamos então à história.

Estamos em tempo de chuva e este é também tempo de amoladores! Antigamente associava-se o som da “gaita” deles, ao sinal de chuva iminente. Hoje passou um amolador perto de minha casa o que me fez lembrar um caso verídico, passado aqui em Lisboa.

Estávamos em finais dos anos 40, início dos 50, do século passado. O amolador tinha como funções afiar tesouras e facas, consertar guarda-chuvas, rebitar panelas e tachos e consertar alguidares de barro partidos (por aplicação de gatos – pequenos ganchos de arame). Alguns destes homens tinham também uma ocupação deveras especializada que era capar gatos, estes sim de carne e osso. Na primeira metade do século XX, havia uma grande comunidade de galegos em Lisboa, dedicados nomeadamente às antigas profissões de aguadeiros, amoladores, carvoeiros, taberneiros, merceeiros e alguns ligados à indústria hoteleira, que mais tarde se tornaram grandes empresários.

Voltemos à história. A minha avó, ao ouvir a gaita acercou-se do amolador e perguntou-lhe: O snr. capa gatos ? Resposta do homem: Capo sim, minha senhora! A minha avó, então, começou a chamar o seu gato, (era lindo, grande, de pelo amarelo luzidio, e simultaneamente um “ganda” maluco pelas gatas das redondezas ). Romão…. Romão… bix… bix..bix… . Romão ?!

Romão ???! Exclamou espantado o amolador. Ramon é o meu nome ! Vou-me já daqui embora, não capo gato nenhum, não senhora !... e lá foi...

Final da história, o Romão daquela vez teve sorte.

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